Tão sábio o que o Edson, comentou sobre a confusão de idéias no título da canção "O medo de amar é o medo de ser Livre"! Tanto que acabei trazendo nossa conversa pra cá, pra compartilhar, e ter mais espaço pra escrever.
Concordo com ele, "só quem é livre pode amar de verdade", mas também só pode ser livre e viver o prazer de sê-lo quem ama. A si mesmo, ao outro, à humanidade, ao universo, à vida e seus ciclos.
Estava tentando imaginar alguém realmente livre sem amor, e acabei pensando em psicopatas! :P Mas psicopatas são escravos de suas obsessões...
Ser livre e escolher amar...
Acabei (já principiando) em Walt Whitman, Isadora Duncan, Anais Nin, Henry Miller, Sartre, Simone de Beauvoir, Osho, Lao Tse. Livres. Amorosos. Profundamente amorosos na sua escolha da liberdade. Profundamente comprometidos.
Confundir liberdade e descompromisso é uma outra coisa muito comum, que só conforme se amadurece na construção da liberdade, vai se esclarecendo. Tenho visto muita gente se perdendo de si (como dizia meu querido Luiz) por não ter coragem de se comprometer, nem mesmo consigo.
Compromisso é uma palavra muito saturada de conceitos negativos hoje em dia. Os dicionários não dão muitas opções encantadoras (pelo menos não os que eu já consultei!). Parece que a gente tá falando de padres, véus, grinaldas, gravatas, máfia, dívidas. E não de vínculos de nutrição e acolhimento, continuidade, confiança, cumplicidade, ressonância. Mas volto a esse assunto num outro momento.
Lembrei que naquele tempo era costume usar como título das canções a primeira frase delas:
"O medo de amar é o medo de ser
Livre para o que der e vier
Livre para sempre estar
onde o justo estiver"
Talvez se tivesse ficado apenas "O medo de amar é o medo de ser", ficasse mais claro que oposto ao amor não é o ódio, a raiva, ou a maldade, mas o medo*! O medo que enregela e paralisa, descompassa a freqüência do tambor do coração. E a pulsação fica fraca, não entra em ressonância com facilidade. Precisa de cuidado e carinho pra entrar em ressonância com outros tambores. Tambores que curam tambores. Coisas de pajelanças.
Ainda bem que estamos sempre em construção!
(preciso dormir)
Beijo,
Anabel
*Percebi isso com o Gabriel, que me ajudou a retomar o caminho dos meus pés, e a sentir o universo de uma perspectiva tântrica.
Anabel,
ResponderExcluirO teu texto de hoje está deliciosamente instigante!
Perfeito!
Ser livre é condição necessária para amar de verdade.
Ainda que talvez um prisioneiro também possa amar de verdade, desconsiderando (de certo modo) as circunstâncias opressoras que o abraçam.
Ainda uma coisa para se pensar.
Como falar de amor e liberdade dá pano pra manga, não?!
Abraços, flores, estrelas..
Bel, me lembrei do Lenine e de um trecho que cabe tão bem em mim...e cabe aqui também, nessa reflexão nossa e do Beto (que íntimo heim!!!)
ResponderExcluir"O medo é como um laço que se aperta em nós, é uma força que não me deixa andar.O medo é uma armadilha que pegou o amor".
Então, temos que ir rompendo esse medo para sermos livres..para poder amarmos de verdade, com intensidade, e com todo o cuidado que amar exige.
Nem sei se a palavra exigencia cabe aqui, por parecer tão pesada, mais é o cuidado prazeroso, compromissado como você disse...
Um beijo flor...e acho que tô meio assim, com medo de ser...
Linda e prazerosa essa reflexão sua viu!!!!
Te amo.Ká.
Delícia este bate-bola! Inteligente, instigante, rico...
ResponderExcluirEstes conceitos todos sobre liberdade, amor, comprometimento, medo, coragem, são muito fortes e aparentemente contraditórios! Na verdade um inspira o outro... Todos temperam a vida!
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