"É bom adotar a prática diária de meditar sobre a repetição do ato de desenredar a natureza da vida-morte-vida. O pescador entoa uma canção de um único verso, que repete para ajudar na tarefa de desembaraçar a linha. Trata-se de uma canção para propriciar a percepção, para auxiliar na soltura da natureza da Mulher-esqueleto. Não sabemos o que ele está cantando. Só podemos tentar adivinhar. Quando estivermos soltando essa natureza, seria bom que cantássemos algo mais ou menos assim: Ao que eu preciso dar mais morte hoje, para gerar mais vida? O que eu sei que precisa morrer mas hesito em permitir que isso ocorra? O que precisa morrer em mim para que eu possa amar? Qual é a não-beleza que eu temo? Que utilidade pode ter para mim hoje o poder do não-belo? O que deveria morrer hoje? O que deveria viver? Qual vida tenho medo de dar à luz? Se não for agora, quando?"
in Mulheres que correm com os lobos, Clarissa Pinkola Estés, p.190
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