Ando buscando minha pele de foca. Ainda não sei onde está escondida, mas sinto que está na hora de vestí-la novamente, voltar para o meu lugar mais essencial, meus valores mais fundamentais. Mas como é difícil cavar um espaço-tempo no cotidiano, depois de anos ocupando cada brecha em função de manter as coisas funcionando, como se o natural fosse consumir-nos trabalhando para apenas poder participar, mesmo que à margem, dessa idéia de segurança, sucesso e felicidade, que é só uma fachada para a sociedade de consumo.
É uma escolha que exige uma perseverança danada: assim como para largar um vício, também para adotar um novo hábito... uma nova atitude. Um dia de cada vez, com serenidade, coragem, persistência, porosidade, e fé no invisível.
Há um lugar em mim que merece minha atenção. Há uma fome de mim em mim, uma vontade de ser meu amor me nutrindo de mim, um desejo de apenas ser eu, sem justificar essa solidão e essa multiplicidade de eus que carrego em minhas células. Um lugar onde minha dança é só minha dança, minha música é só minha música, meu gozo é só meu gozo, e, dessa forma, de todo o universo.
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