sexta-feira, fevereiro 02, 2007


no meu canto eu canto e choro
no meu canto me desengano e me iludo
no meu canto vulnerável e visceral
solto os cabelos, mostro os dentes
invento interlocutores e público
no meu canto não sei quem sou
mas posso ser quem quiser
no meu canto reverberam os harmônicos do big bang
daquilo que fomos, e do que queremos ser
no meu canto o sol bate à tarde
no meu canto ainda sou aquela menina
que não vê nada demais em dormir
de corpo colado com meninos e meninas
no meu canto me corrói uma saudade
me envenena uma esperança
me agita uma dúvida
no meu canto me realimento de mim
sorrio revendo cenas da vida
suspiro acalentando minha utopia
no meu canto não há neura de ineditismo
e sempre surge algo surpreendente
no meu canto tem muito silêncio


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