sexta-feira, março 05, 2010

Muitas mudanças acabam por trazer uma certa insegurança, coisas que fazem parte do crescer, e não adianta "jogar pra baixo do tapete".
Minha filha tá num momento de perceber-se já maiorzinha, conversa, dá exemplo, resolve pequenos conflitos, ajuda e colabora em tarefas, faz "lição de casa", mas diante de certos sentimentos e emoções, como raiva ou ciúme, ainda se põe a chorar... ainda no processo de aprender a lidar com a frustração. Claro que é bem diferente dos 3 ou 4 anos, mas ainda há uma construção, na qual meu papel como mãe é fundamental, ajudando-a a reconhecer e validar o que sente, e perceber qual a atitude adequada dentro de uma situação específica. Uma dose de regressão acompanha as transições... até mesmo quando nos tornamos adultos!
E o que eu aprendo é que o amor é generoso, mas que também mostra com clareza os limites. Limites para desenvolver um comportamento pró convivência social, e generosidade em aceitar e validar o que quer que se sinta, em vez de fazer de conta que não existem sntimentos que frustram, e construir um caráter cheio de indiferença e distanciamento afetivo, como se vê por aí um monte de gente educadíssima, que não consegue conectar em profundidade com o outro, fica sofrendo, presa aos bons modos, acreditando que corpo e alma podem ser assim domados.
A meu ver a meditação sim nos torna desapegados desse turbilhão emocional, e preenchidos de verdadeira compaixão, amor despido de preconceitos. Mas é um processo que exige dedicação, persistência, compromisso. Como todo processo de aprendizado e transformação. Como todo processo amoroso.
Eu reconheço a mudança acontecendo, pela insegurança que sinto ao ver-me tendo ou buscando novas atitudes diante de acontecimentos da rotina. E acolho os momentos de regressão...
... e as palavras, sempre as palavras amorosas e os elogios conseguem transformar mais do que julgamentos e reprimendas excessivas e constantes (inclusive conosco mesmo!). A vibração de cada palavra/pensamento/ atitude, não a coleção de letras sem coerência. Palavra corporificada.

Anabel

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