domingo, abril 29, 2007

Vozes Bugras



São vozes de resistência e acolhimento
Vozes que trazem a reverberação de antigas vozes
Indígenas, africanas, ibéricas:
Vozes raízes
Vozes escravizadas, fugidas, rebeladas, indomadas,
por mais abusadas que tenham sido
São vozes mestiças: caboclas, cafuzas, mamelucas, mulatas
Vozes sertanejas, urbanas, suburbanas
Que ressoam na identidade

de cada mulher deste Brasil
São vozes geradas no ventre da Grande Mãe
Vozes de guerreiras
Que nunca deixam de sonhar
E de celebrar a vida
Vozes que o tempo não há de calar
Há de festejar


Anabel Andrés

quarta-feira, abril 18, 2007

"Intimidade é fato. Não dá pra fingir" Zélia Duncan


Foto: Frankenstein, 1931 dir. James Whale, com Boris Karloff

Tava pensando no que o Gabriel disse no fim-de-semana, sobre o medo enorme que temos do contato com o outro, e as muitas formas que utilizamos para evitá-lo. Por exemplo? Eu floreio o que escrevo pra mostrar o mínimo possível da minha fragilidade, às vezes até acreditando piamente que estou expondo com a maior objetividade, embora de forma poética, o mais íntimo de mim e... E o que é intimidade? É possível intimidade sem entrega? E como chegar à entrega, sem antes desiludir-se das máscaras e couraças que usamos pra nos proteger? E como desiludir-se delas sem entrar em contato com a dor? E como amar de verdade, sem estar vulnerável à dor? E por que pensar a dor como o fim do mundo e fugir eternamente dela, se um dia queremos ser mulheres e homens adultos, maduros, em paz com nossa própria vida? E por que idolatrar a dor, em vez de reconhecer que há o que aprender com ela, e deixar que dure apenas o suficiente? A capacidade de sentir e suportar a dor nos dá a medida da nossa capacidade de sentir e suportar o prazer!

Não é incrível que tenhamos tanto medo do contato com o outro... Mais fácil racionalizar, florear, trepar, beber, trabalhar, fumar, comer, malhar, fazer cara feia, rir compulsivamente.
Compulsivamente amortecer-nos.


Anabel

Dança contemporânea (ou que que esse homem tá fazendo!?!)




Conheça uma das mais interessantes referências na dança contemporânea: William Forsythe.
Dança numa cultura de fragmentação.

http://www.youtube.com/watch?v=eSvY20Wo5ug

sábado, abril 14, 2007

Feito Mistério

lembra?


Boca Livre
Composição: Lourenço Baeta e Cacaso


Então
Senti que o resumo
É de cada um

Que todo rumo
Deságua
Em lugar comum

Então eu monto num cavalo
Que me leva a Teerã
E não me perco jamais
Quando desespero
Vejo muito mais

Essa canção
Me rói feito um mistério
Essa tristeza dói


Meu fingimento é sério
Como aéreo
É sempre todo amor
No estilo Moska: ela fala de sexo tântrico, ele em celibato e putaria, ela no amor se expande, ele se idealiza samaritano e garanhão, ela abre sua intimidade, ele gosta de mulheres boazinhas e boazudas... Enfim, mais uma daquelas relações totalmente descompassadas, desafinadas, descompensadas, que só nossa mente reptiliana é capaz de confundir com amor. Amor de sistema límbico! A menos que comecemos a usar o neocórtex nas relações afetivas, vamos passar a vida repetindo o mesmo filme, talvez com atores diferentes, mas com a mesma programação ativada! Mas não é fácil domar o troglodita que nos habita nas profundezas... o antigo dilema.

terça-feira, abril 03, 2007



Mais uma ponte, uma porta, pra reconsiderar a taba que é nosso planeta!!!

www.someindians.com


Foto: Maloca Pareci in
www.someindians.com

domingo, abril 01, 2007

NOP Núcleo Orgânico no SESC Pompéia

Dia(s) 22/04, 28/04 Sábado e domingo, às 13h e às 15h.

SESC Pompéia

Grátis


Músicos, atores, artistas plásticos, dançarinos, terapeutas, pesquisadores e educadores, reunidos num trabalho experimental, utilizando percussão corporal, recursos vocais, e instrumentos musicais feitos de materiais alternativos, buscam resgatar uma musicalidade instintiva, criativa e lúdica: a música espontânea.
http://www.youtube.com/watch?v=M-pH9aS0rRE

RUA DA SURPRESA


Projeto que utiliza a Rua Central como espaço para propostas que provoquem a interação do público com intervenções musicais, artísticas e circenses, com características da linguagem de manifestações e espetáculos de rua, multiplicando assim os gestos menores em licenças poéticas.


SESC Pompéia

R. Clélia, 93 Pompéia São Paulo - SP
cep 05042-000
telefone: 11 3871-7700 fax: 11 3865-0324
e-mail: email@pompeia.sescsp.org.

Vozes Bugras no SESC Ipiranga

sábado 28/04/2007 às 20h
SESC Ipiranga
rua Bom Pastor, 822 IpirangaSão Paulo - SP
cep 04203-000
telefone: 11 3340-2000 fax: 11 6215-8418
e-mail: email@ipiranga.sescsp.org.br


Vozes Bugras


A denominação Vozes Bugras surge a partir de um trocadilho com o termo bugre atribuído depreciativamente aos indígenas brasileiros pelos colonizadores. A palavra bugre provém do francês bougre e se refere aos hereges búlgaros que resistiam à ocupação de seu território. Esse termo se estendeu àqueles considerados selvagens segundo uma idéia discriminatória de civilização européia. Daí nasceu o conceito fundamental da pesquisa de repertório do grupo que procura resgatar canções, contos, ritos, mitos e lendas que remetem às origens da identidade brasileira.

http://estadao.com.br/ext/som/2007/abr/26/vozesbugras.wma
Teatro.
R$ 12,00; R$ 6,00 (usuário matriculado). R$ 4,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes)